Débora Lyra, Miss Brasil 2010, comemora volta ao trabalho como modelo, após meses afastada se recuperando de um acidente de carro que quase a deixou tetraplégica.
Ela chega equilibrando seu 1,80m sobre os 15 centímetros de salto alto. Joga o cabelo de um lado para o outro, fala à beça, ri à toa. Débora Lyra tem mesmo mil motivos para sorrir. Há pouco mais de um mês, a Miss Brasil 2010 tenta retomar a rotina de trabalho, após o grave acidente que a fez ficar oito meses afastada, três deles imobilizada em uma cama – ela teve traumatismo craniano, quebrou a quarta vértebra da coluna cervical, a clavícula e o pé direito, e teve que retirar o baço.
Após grave acidente de carro, a capixaba retomou o trabalho como modelo há pouco mais de um mês, e agora sonha em ser apresentadora de TV.
“Não conseguia comer nem tomar banho sozinha. Tinha que ficar o dia todo deitada, usava fralda porque não conseguia controlar minhas funções”, lembra ela, que esteve no concurso deste ano, há uma semana, quando a gaúcha Gabriela Markus foi eleita Miss Brasil 2012. “Sou hiperativa, foi um teste e tanto de paciência”, conta. “Mas nunca tive pena de mim”.
Capixaba, Débora voltou a morar com a mãe e a irmã em Vila Velha desde que teve alta, em janeiro (o acidente aconteceu no dia 27 de dezembro de 2011, quando ela ia para Búzios passar o réveillon com o então namorado, com quem morava em São Paulo). Voltou a estudar Administração, contratou uma empresária para cuidar da carreira e agora sonha em apresentar um programa de TV. “Me espelho em Ana Hickmann e Adriane Galisteu”.
Do acidente, ficaram apenas as cicatrizes na pele, que Débora tenta apagar com tratamentos a laser e cirurgias plásticas. A do pescoço já está quase imperceptível. A da barriga, onde levou 20 pontos, ela ainda procura esconder. Só vai à praia de maiô. “Quando retomei a consciência no hospital, quatro dias depois do acidente, fiquei preocupada com as cicatrizes, porque trabalho com a imagem. Mas depois pensei: ‘Acorda, garota! Estou perfeita, podia ter morrido ou ficado sem andar”, conta ela, que está com 23 anos e participa de concursos de beleza desde os 12.
'Nada é por acaso'
Débora já não precisa mais de fisioterapia e remédios. A sensibilidade na mão direita, segundo os médicos, deve voltar com o tempo. “Ainda não sinto nada”, diz. “Mas faço tudo normalmente. Malho, pratico muay thai...”. As marcas não visíveis, porém, são muitas. Como todo mundo que passa por uma situação com risco de morte, Débora acredita que a vida passou a ter outro sentido.
“Nada é por acaso, Deus sabe o porquê. As coisas podem não fazer sentido para mim agora, mas lá na frente vou entender”, comenta. “Vejo a vida de forma mais madura, mais confiante. O que aconteceu não me derrubou, pelo contrário. Me tornei infinitamente mais forte”, conta a miss, que não mantém mais contato com o ex-namorado que dirigia o carro no dia da batida, quando morreu a mãe dele. “Terminamos um mês depois do acidente, mas não teve nada a ver com o que aconteceu. Ele não teve culpa de nada, chovia no dia. Como o nome já diz, foi um acidente”.
Recuperada, Débora encontrou um novo amor. Há três meses ela namora o cantor sertanejo Daniel Caon, de 19 anos. “É a primeira vez que namoro alguém mais novo. Mas às vezes ele é até mais maduro do que eu”, elogia. “Daniel é lindo, um japonês de olho verde”, suspira, equanto mostra as músicas do namorado em seu celular. Os dois se conheceram numa balada, coisa que Débora, aliás, adora. “Sempre fui de sair, não gosto nem de dormir. Durmo no máximo cinco horas por dia, acho perda de tempo. E não quero perder tempo. Uma vida é pouco para mim”.
Fonte: http://glo.bo/RI95cQ
